“A popularidade me repugna.” Não obstante a vontade do autor, o fato é que sua obra foi divulgada e, conquanto tenha escoado em pequenas e limitadas tiragens, foi pouco lida, mas lida por poetas e críticos essenciais (Milano foi amigo e conviveu de perto com nomes como Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Jorge de Lima e Carlos Drummond de Andrade, entre outros), que souberam compreender e apreender o significado dessa poesia, que assim acabou por influir, indiretamente, no rumo que a poesia brasileira trilhou, nos últimos 50 anos, conforme veremos adiante. Em que pesem as impropriedades acima referidas, a atual reunião de obra comprova que Dante Milano foi, ainda que a despeito ou à revelia de si mesmo, um dos grandes nomes da poesia brasileira do século XX. Sim, porque sua obra poética para usar um símile já gasto, Dante Milano 3 mas bastante apropriado para o assunto em questão – é como a fênix renascida de suas próprias cinzas: quando pensamos que ela está morta, ressurge com maior vigor e grandeza.
DANTE MILANO
(Lucimar Simon)
