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domingo, 3 de julho de 2011

ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA - CECÍLIA MEIRELES

Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles: os inconfidentes como minoria política. O longo poema Romanceiro da Inconfidência apresenta um rol bastante grande de personagens do povo (escravos, tropeiros, soldados, garimpeiros, carcereiros), em geral em situação de subalternidade em relação aos personagens da elite de Vila Rica (ricos, nobres, governantes, portugueses, proprietários, intelectuais). Avulta, no Romanceiro, a figura do alferes Tiradentes. Ele pertence ao grupo que, rebelando-se contra a cobrança excessiva de impostos por parte de Portugal, planeja, de forma ainda difusa, opor-se ao governo autoritário de então. Descoberta a “inconfidência”, os líderes são presos e punidos: no entanto, aqueles de situação social elevada têm uma pena a ser cumprida em vida; só Tiradentes, de baixa patente, próximo às camadas populares, é que recebe a pena fatal, sendo esquartejado e tendo partes do corpo exibidas, como forma exemplar de inibição e repressão a possíveis novos levantes: “Pois agora é quase um morto, / partido em quatro pedaços, / e – para que Deus o aviste – / levantado em postes altos”. O poema expõe a perseguição aos brasileiros rebeldes à colonização portuguesa, e ávidos pela independência política. Ao tratar dos primeiros insubmissos na colônia, Meireles reflete também sobre a importância da liberdade de orientação e de expressão política.

(Lucimar Simon)

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