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domingo, 10 de julho de 2011

O NAVIO NEGREIRO – CASTO ALVES

“O navio negreiro”, de Castro Alves: os negros escravos como minoria étnica.  Em “O navio negreiro”, aparece a denúncia da situação de extrema precariedade dos negros africanos, seqüestrados, transportados e vendidos como escravos. Tal situação, dantesca, fere todos os princípios da dignidade humana. A revolta do sujeito lírico, mesmo com as marcas retóricas e algo demagógicas de um condoreirismo tardio, atinge inclusive a figura divina, contestada em sua omissão diante da situação absurda: “Senhor Deus dos desgraçados! / Dizei-me vós, Senhor Deus, / Se eu deliro... Ou se é verdade / Tanto horror perante os céus?!...”. A condição animalesca do transporte marítimo da “carga” de escravos é uma parcela apenas da situação do negro no Brasil e no mundo há apenas algumas décadas atrás. No poema, portanto, Castro Alves denuncia a crueldade e a injustiça do regime escravocrata, em vigor no Brasil imperial, defendendo a libertação dos escravos e a garantia de seus direitos humanos, ignorados pelas classes sociais que os mantinham.

(Lucimar Simon)

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