PÁGINAS

domingo, 17 de julho de 2011

OS RATOS - DYONÉLIO MACHADO

Os ratos, de Dyonélio Machado: os trabalhadores assalariados como minoria social. O romance Os ratos traz a figura singular de Naziazeno. Envolvido em dívidas, ele vai à cata de empréstimo para saldar o compromisso com o leiteiro. Ambos, o leiteiro e o protagonista, são representantes de uma classe economicamente desfavorecida, e ainda assim vive um conflito interno, sem mostras de solidariedade. A pobreza, que alcança a maioria da população brasileira, constitui, no entanto, um traço de “minoria e marginalidade”, pois, sem recursos, toda esta população se vê excluída da rede de consumo (e de educação, entretenimento etc.), colocando em risco até mesmo o leite para o sustento da família. Com linguagem avessa a sentimentalismo e impregnada de nuances psicológica, “Os ratos” trata expondo o drama de Naziazeno, da solidão e do egoísmo dos homens. A narrativa, assim, denuncia a desigualdade social no contexto urbano, evidenciando a miséria dos trabalhadores num Brasil que faz vistas largas à necessidade de uma reforma social. Realça desse modo, no drama familiar de Naziazeno, a necessidade de garantia do direito do operário aos itens básicos que compõem a dignidade de um cidadão: trabalho, moradia, alimentação, saúde etc.

(Lucimar Simon)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

OBRIGADO, E SE LEU E GOSTOU DEIXE SEU COMENTÁRIO